SOU e ESTOU...

SOU e ESTOU... Administrador, com CRA/PE 5379; Especialista em Gerência Empresarial - UNIVERSO/RJ; Consultor Contábil Financeiro UFPR/INDICARE; Consultor de Negócios; Perito Judicial e Extra Judicial; Prof. na Fundação Bradesco - FADURPE/UFRPE (Gestão Agropecuária e Agroindustrial, Empreendedorismo, Sustentabilidade e Administração Rural); Prof. de Espanhol; Palestrante e estudioso do Empreendedorismo, Associativismo e Cooperativismo, voltado para o DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Manual do Guerreiro da Luz (By Paulo Coelho) 21


Manual
do
Guerreiro da Luz

(1997 by Paulo Coelho. Ed. Objetiva Ltda.ª.  Editoração Eletrônica: A.P. Editora.)
Neste momento, fica triste. Conhece a infelicidade alheia, a solidão, as frustrações que acompanham grande parte da humanidade e acha que não merece o que está para receber.

        (SEGUE o 21)  
O seu anjo sussurra: “entrega tudo”. O guerreiro ajoelha-se e oferece a Deus as suas conquistas.
A entrega obriga o guerreiro a parar de fazer perguntas tolas e o ajuda a vencer a culpa.
O guerreiro da luz tem a espada em suas mãos.
É ele quem decide o que vai fazer e o que não fará em circunstância nenhuma.
Há momento em que a vida o conduz para uma crise: ele é forçado a separar-se de coisas que sempre amou: então o guerreiro reflete.  Verifica se está cumprindo a vontade de Deus ou se age por egoísmo.  Caso a separação esteja mesmo no seu caminho, ele aceita sem reclamações.
Se, entretanto, tal separação for provocada pela perversidade alheia, ele é implacável em sua resposta.
O guerreiro possui o golpe e o perdão. Sabe usar os dois com a mesma habilidade.
O guerreiro da luz não cai na armadilha da palavra “liberdade”.
Quando o seu povo está oprimido, a liberdade é um conceito claro.  Nessas horas usando espada e escudo, luta até perder o fôlego ou a vida. Diante da opressão, a liberdade é simples de entender: é o oposto da escravidão.
Mas, às vezes o guerreiro escuta os mais velhos dizendo: “quando parar de trabalhar, ficarei livre”> Então, depois de um ano, os mais velhos reclamam: “a vida é apenas tédio e rotina”. Neste caso, a liberdade é difícil de entender; ela significa ausência de sentido.
Um guerreiro da luz está sempre comprometido. É escravo do seu sonho e livre em seus passos.
Um guerreiro da luz não fica repetindo sempre a mesma luta – principalmente quando não há avanços ou recuos.
Se o combate não progride, ele entende que é preciso sentar-se com o inimigo e discutir uma trégua; ambos já praticaram a arte da espada e agora precisam se entender.
É um gesto de dignidade – e não de covardia.  É um equilíbrio de forças e uma mudança de estratégia.
Traçados os planos de paz, os guerreiros voltam para suas casas. Não precisam provar nada a ninguém; combateram o bom Combate e mantiveram a fé. Cada um cedeu um pouco aprendendo com isto a arte da negociação.
Os amigos do guerreiro da luz perguntam de onde vem sua energia. Ele diz: “do inimigo oculto”.
Os amigos perguntam quem é.
O guerreiro responde: “alguém que não podemos ferir”.
  Pode ser um menino que o derrotou numa briga na infância, a namorada que o deixou aos onze anos, o professor que o chamava de burro. Quando está cansado, o guerreiro lembra-se que ele ainda não viu sua coragem.
Não pensa em vingança, porque o inimigo oculto não faz mais parte de sua história. Pensa apenas em melhorar sua habilidade, para que seus feitos corram o mundo e cheguem aos ouvidos de quem o machucou no passado.
        (SEGUE para o 22)  

Manual do Guerreiro da Luz (By Paulo Coelho) 20


Manual
do
Guerreiro da Luz

(1997 by Paulo Coelho. Ed. Objetiva Ltda.ª.  Editoração Eletrônica: A.P. Editora.)
E os guerreiros da luz jamais aceitam o que é inaceitável.
O guerreiro da luz nunca esquece o velho ditado: o bom cabrito não berra.

        (SEGUE o 20)  

As injustiças acontecem. Todos são envolvidos por situações que não merecem – geralmente quando não podem se defender. Muitas vezes, a derrota bate na porta do guerreiro.
Nestas horas, ele fica em silêncio. Não gasta energia em palavras, porque elas não podem fazer nada; é melhor usar as forças para resistir, ter paciência e saber que Alguém está olhando. Alguém que viu o sofrimento injusto e não se conforma com isto.
Este Alguém lhe dá o que ele mais precisa: tempo. Cedo ou tarde, tudo voltará a trabalhar a seu favor.
Um guerreiro da luz é sábio; não comenta suas derrotas.
Uma espada pode durar pouco. Mas o guerreiro da luz precisa durar muito.
Por isso não se deixa enganar por sua própria capacidade e evita ser apanhado de surpresa. Ele dá a cada coisa o valor que merece ter.
Muitas vezes, diante de assuntos graves, o demônio sopra em seu ouvido: “não se preocupe com isto, porque não é sério”.
Outras vezes, diante de coisas banais, o demônio lhe diz: “você precisa dedicar toda a sua energia para resolver esta situação”.
O guerreiro não escuta o que o demônio está dizendo: ele é o mestre de sua espada.
Um guerreiro da luz está sempre vigilante.
Não pede permissão aos outros para segurar sua espada: simplesmente a toma em suas mãos.  Tampouco perde tempo explicando seus gestos; fiel às determinações de Deus, ele responde pelo que faz.
Olha para os lados e identifica seus amigos.  Olha para trás e identifica seus adversários.  É implacável com a traição, mas não se vinga; apenas afasta os inimigos de sua vida, sem lutar com eles além do necessário.
Um guerreiro não tenta parecer: ele é!
Um guerreiro não anda com quem lhe quer fazer mal.  E tampouco é visto em companhia que o desejam “consolar”.
Evita quem só está ao seu lado em caso de derrota: estes falsos amigos querem provar que a fraqueza compensa.  Sempre trazem más notícias.  Sempre tentam destruir a confiança do guerreiro – sob o manto da “solidariedade”.
Quando o veem ferido, desmancham-se em lágrimas, mas – no fundo do coração – estão contentes porque o guerreiro perdeu uma batalha. Não entendem que isto é parte do combate.
Os verdadeiros companheiros de um guerreiro estão ao seu lado em todos os momentos, nas horas difíceis e nas horas fáceis.
No começo de sua luta, o guerreiro da luz afirmou: “eu tenho sonhos”>
Depois de alguns anos, percebe que é possível chegar aonde quer; ele sabe que sai ser recompensado.
Neste momento, fica triste. Conhece a infelicidade alheia, a solidão, as frustrações que acompanham grande parte da humanidade e acha que não merece o que está para receber.

(SEGUE para o  21)