SOU e ESTOU...

SOU e ESTOU... Administrador, com CRA/PE 5379; Especialista em Gerência Empresarial - UNIVERSO/RJ; Consultor Contábil Financeiro UFPR/INDICARE; Consultor de Negócios; Perito Judicial e Extra Judicial; Prof. na Fundação Bradesco - FADURPE/UFRPE (Gestão Agropecuária e Agroindustrial, Empreendedorismo, Sustentabilidade e Administração Rural); Prof. de Espanhol; Palestrante e estudioso do Empreendedorismo, Associativismo e Cooperativismo, voltado para o DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Manual do Guerreiro da Luz (By Paulo Coelho) 03


Manual
do
Guerreiro da Luz
(1997 by Paulo Coelho. Ed. Objetiva Ltda.ª.  Editoração Eletrônica: A.P. Editora.).
            Anos depois – já um homem - ... (SEGUE  03)

            Anos depois – já um homem – ele voltou à aldeia e à praia da sua infância. Não pretendia resgatar nenhum tesouro do fundo do mar; talvez aquilo tudo fosse fruto de sua imaginação e jamais escutara os sinos submersos numa tarde perdida da sua infância.  Mesmo assim, resolveu passear um pouco, para ouvir o barulho do vento e o canto das gaivotas.
Qual não foi sua surpresa ao ver, sentada na areia, a mulher que lhe falara da ilha com seu templo.
“O que faz aqui?”, perguntou.
“Esperava você”, respondeu ela.
Ele reparou que – embora muitos anos já ase tivessem passado – a mulher conservara a mesma aparência; o véu que escondia seus cabelos não parecia desbotado pelo tempo.
Ela estendeu-lhe um caderno azul, com as folhas em branco.
“Escreve: um guerreiro da luz presta atenção nos olhos de uma criança. Porque elas saber ver o mundo sem amargura.  Quando ele deseja saber se a pessoa ao seu lado é digna de confiança, procura ver como uma criança a olha.”
“O que é um guerreiro da luz?”.
Você sabe”, respondeu ela, sorrindo. “´´E aquele que é capaz de entender o milagre da vida, lutar até o final por algo em que acredita, e – então – escutar os sinos que o mar faz tocar em seu leito.”
Ele jamais se julgara um guerreiro da luz.  A mulher pareceu adivinhar seu pensamento; “todos são capazes disto. E ninguém se julga guerreiro da luz, embora todos sejam”.
Ele olhou as páginas do caderno. A mulher sorriu de novo.
“Escreve sobre o guerreiro”, ela disse.  

Um GUERREIRO DA LUZ, nunca esquece a gratidão.     (SEGUE para o 04)   

ATENÇÃO: da próxima postagem, até o final, estarei postando o restante, do livro, em capítulos diários - por 15 dias.  

Manual do Guerreiro da Luz (by Paulo Coelho) <> 02


Manual
do
Guerreiro da Luz
(1997 by Paulo Coelho. Ed. Objetiva Ltda.ª.  Editoração Eletrônica: A.P. Editora.).
            Continuação: 02

Assim se passaram muitos meses; a mulher não voltou, e o garoto a esqueceu; agora estava convencido de que precisava descobrir as riquezas e tesouros do templo submerso. Se escutasse os sinos, saberia sua localização, e poderia resgatar o tesouro ali escondido.
Já não se interessava mais pela escola, nem pela sua turma de amigos. Transformou-se no gracejo preferido das outras crianças, que costumavam dizer: “ele não é mais como nós. Prefere ficar olhando o mar, porque tem medo de perder nos jogos”.
E todos riam, vendo o menino sentado na beira da praia.
Embora não conseguisse escutar os velhos sinos do templo, o menino ia aprendendo coisas diferentes. Começou a perceber que, de tanto ouvir o ruído das ondas, já não se deixava distrair por elas. Pouco tempo depois, acostumou-se também com os gritos das gaivotas, o zumbido das abelhas, o vento batendo nas folhas das palmeiras.
Seis meses depois de sua primeira conversa com a mulher, o menino já era capaz de não se deixar distrair por nenhum barulho – mas tampouco escutava os sinos do tempo afundado.
Outros pescadores vinham falar com ele, e insistiam: “nós ouvimos!”, diziam.
Mas o garoto não conseguia.
Algum tempo depois, os pescadores mudaram de conversa: “você está muito preocupado com o barulho dos sinos lá embaixo; deixe isto para lá e volte a brincar com seus amigos. Talvez apenas os pecadores consigam escutá-los”.
Depois de quase um ano, o menino pensou: “talvez estes homens tenham razão. É melhor crescer, tornar-me pescador e voltar todas as manhãs para esta praia, porque passei a gostar dela”. E pensou também: “talvez isto tudo seja uma lenda e – como o terremoto – os sinos se tenham quebrado e jamais tornem a tocar”.
Naquela tarde, resolveu voltar pra casa.
Aproximou-se do oceano, para despedir-se. Olhou mais uma vez a natureza e, como já não estava mais preocupado com sino – pôde sorrir com a beleza do canto das gaivotas, o barulho do mar, o vento batendo nas folhas das palmeiras. Escutou ao longe a voz de seus amigos brincando e sentiu-se alegre por saber que logo estaria de volta aos jogos de sua infância.
Anos depois – já homem - ... (SEGUE  03)

MANUAL DO GUERREIRO DA LUZ (By Paulo Coelho)

Diletos visitantes, nossos cumprimentos. Até que algum - fora dos nossos desejos - fato possa nos fazer parar com a publicação, estaremos postando este fantástico conto.
                                                                             
Manual
do
Guerreiro da Luz
"Se vemos, sem espanto, viagens interplanetárias e clonagens de seres vivos, talvez  te a coragem do mergulho no mais íntimo de nós mesmos, em busca de antigos sonhos e  desejos esquecidos."  
          (1997 by Paulo Coelho. Ed. Objetiva Ltda.ª.  Editoração Eletrônica: A.P. Editora.).

“Não existe discípulo superior ao mestre,
Todo discípulo perfeito deverá ser como o mestre.”
Lucas, 6:40
Prólogo
            “Na praia ao leste da aldeia existe uma ilha, com um gigantesco templo, cheio de sinos”, disse a mulher.
O menino reparou que ela vestia roupas estranhas, e tinha um véu cobrindo os cabelos. Nunca a vira antes.
“Você já viu este templo?”, perguntou ela. “Vá lá e me conte o que acha dele”.
Seduzido pela beleza da mulher, o menino foi até o lugar indicado. Sentou-se na areia e olhou o horizonte, mas não viu nada além do que estava acostumado a ver:  o céu azul e o oceano.
Decepcionado, caminhou até um povoado de pescadores vizinho, e perguntou sobre uma ilha com um templo.
“Ah, isto foi há muito tempo atrás, no tempo em que os meus bisavôs moravam por aqui”, disse um velho pescador. “Houve um terremoto, e a ilha afundou no mar. Entretanto, embora já não possamos mais ver a ilha, ainda conseguimos escutar os sinos do seu templo, quando o mar os faz balançar lá no fundo”.
O menino voltou para a praia, e tentou escutar os sinos. Passou a tarde inteira ali, mas só conseguiu ouvir o ruído das ondas e os gritos das gaivotas.
Quando a noite chegou, seus pais vieram busca-lo. Na manhã seguinte, ele voltou à praia; ele não podia acreditar que uma bela mulher pudesse contar mentiras. Se algum dia ela voltasse, poderia dizer que não vira a ilha, mas escutara os sinos do templo, que o movimento da água fazia tocar. 
(01)