do
Guerreiro da Luz
(1997 by Paulo Coelho. Ed. Objetiva Ltda.ª. Editoração Eletrônica: A.P. Editora.)
Um guerreiro da luz não aceita presentes de seu
inimigo.
Então eu repito:
.
(SEGUE
o 23)
Os guerreiros da luz se reconhecem pelo olhar.
Estão no mundo, fazem parte do mundo e ao mundo foram enviados sem alforje e
sem sandálias. Muitas vezes são covardes. Nem sempre agem certo.
Os guerreiros da luz sofrem por bobagens, se
preocupam com coisas mesquinhas, se julgam incapazes de crescer. Os guerreiros da Luz de vez em quando se
acreditam indignos de qualquer bênção ou milagre.
Os guerreiros da luz com frequência perguntam o que
estão fazendo aqui. Muitas vezes acham
que suas vidas não têm sentido.
Por isso são guerreiros da luz. Porque erram. Porque perguntam. Porque
continuam a procurar um sentido. E terminarão encontrando.
O guerreiro da luz está agora despertando de seu
sono.
Ele pensa: “não sei lidar com esta luz, que me faz
crescer”. A luz, entretanto, não desaparece.
O guerreiro pensa: “serão necessárias mudanças que
eu não tenho vontade de fazer”.
A luz continua – porque a vontade é uma palavra
cheia de truques.
Então os olhos e o coração do guerreiro começam a
se acostumar com a luz. Ela já não
assusta e ele passa a aceitar sua Lenda, mesmo que isso signifique correr
riscos.
O guerreiro este dormindo por muito tempo. É natural
que vá despertando aos poucos.
O lutador experiente aguenta insultos, conhece a
força do seu punho, a habilidade de seus golpes. Diante do oponente despreparado, ele o olha
no fundo dos olhos e vence sem precisar trazer a luta para o plano físico.
À medida que o guerreiro aprende com seu mestre espiritual,
a luz da fé também brilha em seus olhos e ele não precisa provar nada para
ninguém. Não importam os argumentos
agressivos do adversário – dizendo que Deus é superstição, que milagres são
truques, que acreditar em anjos é fugir da realidade.
Assim como o lutados, o guerreiro da luz conhece
sua imensa força; jamais luta com quem não merece a honra do combate.
O guerreiro da luz deve sempre lembra-se das cinco
regras do combate, escritas por Chuan Tzu, há três mil anos:
A fé: antes de entrar numa batalha, é
preciso acreditar no motivo da luta.
O
Companheiro: escolha
seus aliados e aprenda a lutar acompanhado, porque ninguém vence uma guerra
sozinho.
O tempo: uma luta no inverno é diferente
de uma luta no verão; um bom guerreiro presta atenção ao momento certo de
entrar no combate.
O espaço: não se luta num desfiladeiro da
mesma maneira que numa planície.
A
estratégia: o
melhor guerreiro é aquele que planeja seu combate.
O guerreiro raramente sabe o resultado de uma
batalha quando esta acaba.
O momento da luta gerou muita energia a sua volta e
existe um momento onde tanto a vitória como a derrota ainda são possíveis. O tempo irã dizer quem venceu ou perdeu, mas
ele sabe que, a partir daquele momento, não pode fazer mais nada: o destino
daquela luta está nas mãos de Deus.
(SEGUE para o 24)
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