do
Guerreiro da Luz
(1997 by Paulo Coelho.
Ed. Objetiva Ltda.ª. Editoração
Eletrônica: A.P. Editora.).
Por isso,
quando está diante do sofrimento alheio, usa sua espada para colocar as coisas
em ordem
(Segue: 13)
Mas,
embora lute contra a opressão, em momento algum procura julgar o opressor. Cada
um responderá por seus atos diante de Deus e – uma vez cumprida a sua tarefa –
o guerreiro não emite qualquer comentário.
Um guerreiro da luz nunca se acovarda.
A fuga pode ser uma excelente arte de
defesa, mas não pode ser usada quando o medo é grande. Na dúvida, o guerreiro
prefere enfrentar a derrota e depois curar suas feridas – porque sabe que, se
fugir, está dando ao agressor um poder maior do que ele merece.
Diante de alguns momentos difíceis e
dolorosos, o guerreiro encara a situação desvantajosa com heroísmo, resignação
e coragem.
Um guerreiro da luz nunca tem pressa.
O tempo trabalha a seu favor; ele
aprende a dominar a impaciência e evita gestos impensados.
Andando devagar, nota a firmeza de seus
passos. Sabe que participa de um momento decisivo da história da humanidade e
precisa mudar a si mesmo antes de transforma o mundo. Por isso lembra-se das
palavras de Lanza del Vato: “uma revolução precisa de tempo para se instalar”.
Um guerreiro nunca colhe o fruto
enquanto ele ainda está verde.
Um guerreiro da luz precisa de paciência
e rapidez ao mesmo tempo.
Os dois maiores erros de uma estratégia
são: agir antes da hora, ou deixar que a oportunidade passe longe; para evitar
isto, o guerreiro trata cada situação como se fosse única e não aplica fórmulas,
receitas ou opiniões alheias.
O califa Moauiyat perguntou a Omr Bem
Al-Aas qual era o segredo de sua grande habilidade política:
“Nunca me meti em assunto sem ter
estudado previamente a retirada; por outro lado, nunca entrei e quis logo sair correndo”,
foi a resposta.
Um guerreiro da luz muitas vezes desanima.
Acha que nada consegue despertar a
emoção que desejava. Muitas tardes e
noites é obrigado a ficar sustentando uma posição conquistada, sem que nenhum
acontecimento novo lhe devolva o entusiasmo.
Seus amigos comentam: “talvez sua luta tenha
terminado”.
O guerreiro sente dor e confusão ao
escutar estes comentários porque sabe que não chegou aonde queria. Mas é teimoso e não abandona o que decidiu fazer.
Então, quando menos espera, uma nova porta se abre.
Um guerreiro da luz sempre mantém o seu
coração limpo do sentimento de ódio.
Quando caminha para a luta, lembra-se de
que disse Cristo: “amai vossos inimigos”. E obedece.
Mas sabe que o ato de perdoar não o
obriga a aceitar tudo; um guerreiro não pode abaixar a cabeça – senão perde de
vista o horizonte de seus sonhos.
(SEGUE
para o 14)
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