SOU e ESTOU...

SOU e ESTOU... Administrador, com CRA/PE 5379; Especialista em Gerência Empresarial - UNIVERSO/RJ; Consultor Contábil Financeiro UFPR/INDICARE; Consultor de Negócios; Perito Judicial e Extra Judicial; Prof. na Fundação Bradesco - FADURPE/UFRPE (Gestão Agropecuária e Agroindustrial, Empreendedorismo, Sustentabilidade e Administração Rural); Prof. de Espanhol; Palestrante e estudioso do Empreendedorismo, Associativismo e Cooperativismo, voltado para o DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Manual do Guerreiro da Luz (By Paulo Coelho) 19


Manual
do
Guerreiro da Luz

(1997 by Paulo Coelho. Ed. Objetiva Ltda.ª.  Editoração Eletrônica: A.P. Editora.).

Um guerreiro responsável foi capaz de observar e treinar. Foi inclusive, capaz de ser “irresponsável”: às vezes deixou-se levar pela situação e não respondeu, nem reagiu.  
        (SEGUE o 19)  
            Mas aprendeu as lições; tomou uma atitude, ouviu um conselho, teve a humildade de aceitar ajuda.
            Um guerreiro responsável não é o que coloca sobre seus ombros o peso do mundo; é aquele que aprendeu a lidar com os desafios do instante.
Um guerreiro da luz nem sempre pode escolher o seu campo de batalha.
Às vezes é colhido de surpresa, no meio de combates que não desejava; mas não adianta fugir, porque estes combates o seguirão.
Então, no momento em que o conflito é quase inevitável, o guerreiro conversa com seu adversário.  Sem demonstrar medo ou covardia, procura saber por que o outro quer a luta; que coisas o fizeram sair de sua aldeia e procura-lo para um duelo. Sem desembainhar a espada, o guerreiro o convence que aquele combate não é seu.
Um guerreiro da luz escuta o que seu adversário tem a dizer. Só luta, se for necessário.
O guerreiro da luz fica apavorado diante de decisões importantes.
“Isto é grande mais para você”, diz um amigo. “Vá em frente, tenha coragem”, diz outro.  E suas dúvidas aumentam.
Depois de alguns dias de angustia, ele recolhe-se ao canto de sua tenda, onde costuma sentar-se para meditar e orar. Vê a si mesmo o futuro. Vê as pessoas que serão beneficiadas e prejudicadas por sua atitude.  Não quer causar sofrimentos inúteis, mas tampouco quer abandonar o caminho.
O guerreiro então deixa que a decisão se manifeste.
Se for preciso dizer sim, ele dirá com coragem. Se for preciso dizer não, ele dirá sem covardia.
Um guerreiro da luz assume por inteiro sua Lenda Pessoal.
Seus companheiros comentam: “sua fé é admirável”.
O guerreiro fica orgulhoso por alguns momentos e, logo, envergonha-se do que escutou, porque não tem a fé que demonstra.
Neste momento seu ajo sussurra: “você é apenas um instrumento da luz. Não há motivos para se vangloriar, nem para sentir-se culpado; há motivo apenas para a alegria”.
E o guerreiro da luz, consciente de que é um instrumento, fica mais tranquilo e seguro.
“Hitler pode ter perdido a guerra no campo de batalha, mas terminou ganhando algo”, diz M.Halter. “Porque o homem do século XX criou o campo de concentração e ressuscitou a tortura, ensinou aos semelhantes que é possível fechar os olhos para as desgraças dos outros.”
Talvez ele tenha razão: existem crianças abandonadas, civis massacrados, inocentes nos cárceres, velhos solitários, bêbados na sarjeta, loucos no poder.
Mas talvez ele não tenha nenhuma razão: existem os guerreiros da luz.
E os guerreiros da luz jamais aceitam o que é inaceitável.
O guerreiro da luz nunca esquece o velho ditado: o bom cabrito não berra.
   (SEGUE para o 20)

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