SOU e ESTOU...

SOU e ESTOU... Administrador, com CRA/PE 5379; Especialista em Gerência Empresarial - UNIVERSO/RJ; Consultor Contábil Financeiro UFPR/INDICARE; Consultor de Negócios; Perito Judicial e Extra Judicial; Prof. na Fundação Bradesco - FADURPE/UFRPE (Gestão Agropecuária e Agroindustrial, Empreendedorismo, Sustentabilidade e Administração Rural); Prof. de Espanhol; Palestrante e estudioso do Empreendedorismo, Associativismo e Cooperativismo, voltado para o DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Manual do Guerreiro da Luz (By Paulo Coelho) 18


Manual
do
Guerreiro da Luz
(1997 by Paulo Coelho. Ed. Objetiva Ltda.ª.  Editoração Eletrônica: A.P. Editora.).
Então o demônio continua: “deixe que eu te ajudo”. E diz o anjo: “eu te ajudo”.
        (SEGUE o 18)  
Nesta hora, o guerreiro percebe a diferença. As palavras são as mesmas, mas os aliados são diferentes.
Então ele escolhe a mão de seu anjo.
Toda vez que o guerreiro puxa sua espada, ele a utiliza.
Pode servir para abrir um caminho, ajudar alguém ou afastar o perigo – mas uma espada é caprichosa e não gosta de ver sua lâmina exposta sem razão.
Por isso o guerreiro jamais faz ameaças. Ele pode atacar, defender-se ou fugir; qualquer uma dessas atitudes faz parte do combate. O que não faz parte do combate é desperdiçar a força de um golpe, falando sobre ele.
Um guerreiro da luz está sempre atento aos movimentos de sua espada. Mas não pode esquecer que a espada também presta atenção aos seus movimentos.
Ela não foi para ser usada com a boca.
Às vezes o mal persegue o guerreiro da luz; então, com tranquilidade, ele o convida para a sua tenda.  
Ele pergunta ao mal: “você quer me ferir ou me usar para ferir os outros?”.
O mal finge não ouvir. Diz que conhece as trevas da alma do guerreiro. Toca em feridas não cicatrizadas e clama vingança.  Lembra que conhece algumas armadilhas e venenos sutis, que o ajudarão a destruir seus inimigos.
O guerreiro da luz escuta. Se o mal se distrai, ele faz com que retome a conversa e pede detalhes de todos seus projetos.
Depois de ouvir tudo, levanta-se e vai embora.  O mal falou tanto, está tão cansado e tão vazio, que não conseguirá acompanha-lo.
O guerreiro da luz – sem querer – dá um passo em falso e mergulha no abismo.
Os fantasmas o assustam, a solidão o atormenta. Como procurou o Bom Combate, não pensava que isto fosse acontecer com ele, mas aconteceu. Envolto pela escuridão, ele se comunica com seu mestre.
“Mestre, cai no abismo”, diz. “As águas são fundas e escuras.”
“Lembra-te de uma coisa”, responde o mestre. “O que afoga alguém não é o mergulho, mas o fato de permanecer debaixo d’água.”
E o guerreiro usa as suas forças para sair da situação em que se encontra.
O guerreiro da luz comporta-se como uma criança.
As pessoas ficam chocadas; esqueceram que uma criança precisa divertir-se, brincar, ser um pouco irreverente, fazer perguntas inconvenientes e imaturas, dizer tolices nas quais nem ela mesma acredita.
E perguntam horrorizados: “É isso o caminho espiritual? Ele não tem maturidade!”.
O guerreiro orgulha-se do comentário. E mantém-se em contato com Deus, através de sua inocência e alegria, sem perder de vista sua missão.
A raiz latina da palavra “responsabilidade” desvenda o seu significado: capacidade de responder, de reagir.
Um guerreiro responsável foi capaz de observar e treinar. Foi inclusive, capaz de ser “irresponsável”: às vezes deixou-se levar pela situação e não respondeu, nem reagiu.   
(SEGUE para o 19)

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