SOU e ESTOU...

SOU e ESTOU... Administrador, com CRA/PE 5379; Especialista em Gerência Empresarial - UNIVERSO/RJ; Consultor Contábil Financeiro UFPR/INDICARE; Consultor de Negócios; Perito Judicial e Extra Judicial; Prof. na Fundação Bradesco - FADURPE/UFRPE (Gestão Agropecuária e Agroindustrial, Empreendedorismo, Sustentabilidade e Administração Rural); Prof. de Espanhol; Palestrante e estudioso do Empreendedorismo, Associativismo e Cooperativismo, voltado para o DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL.

terça-feira, 29 de maio de 2018

Manual do Guerreiro da Luz (By Paulo Coelho) 33


Manual
do
Guerreiro da Luz

(1997 by Paulo Coelho. Ed. Objetiva Ltda.ª.  Editoração Eletrônica: A.P. Editora.)

Para lutar, é preciso manter os olhos abertos. E ter companheiros fiéis ao seu lado.

                                (SEGUE o 33)
Acontece que, de repente, aquele que lutava junto com o guerreiro da luz passa a ser seu adversário.
A primeira reação é de ódio; mas o guerreiro sabe que o combatente cego está perdido no meio da batalha.
Então procura ver as coisas boas que o antigo aliado fez durante o tempo em que conviveram. Tenta compreender o que o levou à súbita mudança de atitude, quais os ferimentos que se acumularam em sua alma. Busca descobrir o que fez um dos dois desistir do diálogo.
Ninguém é totalmente bom ou mau, o guerreiro pensa nisto, quando vê que tem um novo adversário.
Um guerreiro sabe que os fins não justificam os meios.
Porque não existem fins, existem apenas os meios. A vida o carrega do desconhecido para o desconhecido. Cada minuto está revestido deste apaixonante mistério: o guerreiro não sabe de onde veio, nem para onde vai.
Mas não está aqui por acaso. E se alegra com a surpresa, encanta-se com paisagens que não conhece. Muitas vezes sente medo, mas isto é normal em um guerreiro.
Se ele pensar apenas na meta, não seguirá prestar atenção aos sinais do caminho. Se concentrar-se apenas uma pergunta, perderá várias respostas que estão ao seu lado.
Por isso o guerreiro entrega.
O guerreiro sabe que existe o “efeito-cascata”.
Já viu muitas vezes alguém agindo errado com quem não tinha coragem de reagir. Então, por covardia e ressentimento, esta pessoa descontou sua raiva em outro mais fraco, que descontou em outro, numa verdadeira corrente de infelicidade. Ninguém sabe as consequências de suas próprias crueldades.
Por isso o guerreiro é cuidadoso no uso da espada e só aceita um adversário que é digno dele. Nos momentos de raiva, ele dá socos na rocha e machuca a mão.
A mão termina sarando; mas a criança que terminou apanhando porque seu pai perdeu um combate terminará marcada pelo resto da vida.
Quando vem a ordem de mudança, o guerreiro vê todos os amigos que criou durante o tempo que seguiu o caminho. A alguns ensinou como escutar os sinos de um templo submerso, a outros contou histórias em torno da fogueira.
Seu coração fica triste. Mas ele sabe que sua espada está consagrada e deve obedecer às ordens Daquele a quem ofereceu sua luta.
Então guerreiro da luz agradece os companheiros de jornada, respira fundo e segue adiante, carregado com lembranças de uma jornada inesquecível.              
        (SEGUE para o Epílogo)  

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