do
Guerreiro da Luz
(1997 by
Paulo Coelho. Ed. Objetiva Ltda.ª.
Editoração Eletrônica: A.P. Editora.)
Entretanto, não julga a dor alheia.
(SEGUE
o 30)
Um pequeno detalhe – que em nada o afeta – pode servir
de estopim para a tormenta que se preparava na alma de seu irmão. O guerreiro
respeita o sofrimento do próximo e não tenta compará-lo com o seu.
A taça do sofrimento não é do mesmo tamanho para
todo mundo.
“A primeira qualidade do caminho espiritual é a
coragem”, dizia Gandhi.
O mundo parece ameaçador e perigoso para os
covardes. Estes procuram a segurança mentirosa de uma vida sem grandes desafios
e se armam até os dentes para defender aquilo que julgam possuir. Os covardes terminam construindo as grades da
própria prisão.
O guerreiro da luz projeta seu pensamento para além
do horizonte. Sabe que, se não fizer nada pelo mundo, ninguém mais o fará.
Então, participa do Bom Combate e ajuda os outros,
mesmo sem entender direito por que faz isto.
O guerreiro da luz lê com atenção um texto que a
Alma do Mundo enviou a Chico Xavier:
“Quando você conseguir superar graves problemas de
relacionamento, não se detenha na lembrança dos momentos difíceis, mas na
alegria de haver atravessado mais esta prova em sua vida. Quando sair de um
longo tratamento de saúde, não pense no sofrimento que foi necessário enfrenta,
mas na bênção de Deus que permitiu a cura.
“Leve na sua memória, para o resto da vida, as
coisas boas que surgiram nas dificuldades. Elas serão uma prova de sua capacidade
e lhe darão confiança diante de qualquer obstáculo.”
O guerreiro da luz concentra-se nos pequenos
milagres da vida diária.
Se é capaz e ver o que é belo, é porque traz a
beleza dentro de si – já que o mundo é um espelho e devolve a cada homem o
reflexo de seu próprio rosto. Embora conhecendo seus defeitos e limitações, o
guerreiro faz o possível para manter o bom humor nos momentos de crise.
Afinal de contas, o mundo está se esforçando para ajuda-lo,
mesmo que tudo em volta pareça dizer o contrário.
Existe um lixo emocional: ele é produzido nas
usinas do pensamento. São dores que já passara e agora não têm mais utilidade.
São preocupações que foram importantes no passado – mas de nada servem no
presente.
O guerreiro também possui suas lembranças, mas
consegue separar o que é útil do que é desnecessário: ele joga fora o seu lixo
emocional.
Diz um companheiro: “mas isto faz parte de minha história.
Por que devo abandonar sentimentos que marcaram minha existência?”.
O guerreiro sorri, mas não procura sentir coisa que
já não está mais sentindo. Ele está mudando e quer que seus sentimentos o
acompanhem.
Diz o mestre para o guerreiro, quando o vê
deprimido:
“Você não é aquilo que aparece nos momentos de
tristeza. Você é muito mais que isso”.
(SEGUE para o 31)
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